Avaliação na Integração Sensorial
O processo avaliativo requer a coleta de dados, porém muitas vezes observamos a dificuldade de um desenvolvimento adequado do raciocínio pois o olhar está preso nas avaliações e na escolha delas. E sim, precisamos ir atrás das melhores ferramentas para treinar nosso olhar e entregar ao caso a melhor análise frente às dificuldades de desempenho ocupacional. Nosso questionamento é em relação às possíveis associações entre dificuldades de processamento sensorial com as queixas trazidas em anamnese, certo?
Logo, é necessário investigar a fundo o desempenho e não somente focar o olhar em possíveis déficits.
Trago dicas:
>> Colete dados de diversas fontes e diversos contextos - ou seja, busque informações dos pais, cuidadores, irmãos, professores, demais terapeutas, neuropediatras, pediatras, etc - Precisamos ter informações ricas e claras quanto ao desempenho e comportamentos em ambientes diversos e diferentes;
>> Abrir sua "gaveta de avaliações" e identificar qual é a mais apropriada ao caso - e é aqui que eu vejo uma grande dificuldade dos terapeutas - presos às avaliações que ainda não tem acesso, perdem por buscar no desempenho a análise frente ao processamento sensorial;
>> Treinar a aplicação da avaliação - não adiantar só comprar os recursos e não saber afundo todos os pormenores de cada teste, sabemos que dá muito trabalho e ter a expertise na aplicação leva tempo - não se apresse;
>> Apresente aos pais, já no primeiro contato, sua proposta de avaliação - pode ser que surja a necessidade da aplicação de mais algum questionário, teste ou escala no meio do processo devido à alguma percepção sua no decorrer das sessões de avaliação - não hesite em apresentar as razões pelas quais você precisou fazer uma alteração na previsão, mas garanta que a entrega está adequada à necessidade do caso;
>> Fatores podem influenciar o desempenho da criança nos testes: sono, fome, ansiedade, estresse, humor, comportamentos. Tudo isso afeta a participação nas propostas. Não esqueça que é o primeiro contato da criança em uma sala de IS que para elas é um parquinho e, muitas vezes, é novidade. Aprimore seu olhar quanto aos fatores de influência, mude horários da sessão, acompanhe o engajamento da criança de sessão a sessão para garantir que o processo avaliativo foi realizado de maneira completa.
Com essas informações em mãos, sua tomada de decisão em todo o processo será eficiente e então você está observando e analisando o real DESEMPENHO e CAPACIDADE da criança nas sessões avaliativas.
A busca por várias fontes de informação somadas aos testes confiáveis e adequados ao raciocínio clínico aproximarão você do perfeito encaixe do quebra-cabeças da avaliação. Sem dúvidas dessa maneira você conseguirá analisar os potenciais e necessidades da criança e saberá desenhar um programa de intervenção altamente eficiente.
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Descobri desde nova o que queria ser - terapeuta ocupacional. Através dessa ciência e profissão me realizo. Fui atrás de muita capacitação: mestrado, certificações, pós-graduações e cursos. Junto ao amor à profissão, quero alcançar o máximo de pessoas possíveis com as ferramentas que tenho. Hoje administro a clínica Interagir em Curitiba, local onde uno esse grande quebra-cabeças.
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