Como lapidar minha prática enquanto terapeuta ocupacional?
Nossa prática profissional reconhece o poder do engajamento na ocupação, isso já deveríamos ter claro. Todas as últimas evidências científicas apontam para a clareza e poder de que o desempenho de uma atividade é melhor aprendido praticando a atividade em si. Temos dados suficientes também para entender que restrição, isolamento social, privação ocupacional necessitam de intervenção imediata pois tem um impacto significativo na participação ocupacional. Os estudos também mostram que precisamos olhar para o ambiente, como meio de investigação, aproximação e de intervenção. A participação, o interesse na participação e diversos fatores que discutimos aqui podem ser prejudicados pelas barreiras (Caso não tenha lido os últimos posts, sugiro que se aproprie deles antes de seguir no raciocínio).
Precisamos concentrar nossos esforços e nossa intervenção junto ao ambiente, seja ele físico, social, estrutural, visto que assim teremos potencial de mudança para melhorar os resultados tão almejados.
Não nos tornemos profissionais apenas especialistas em determinadas abordagens, temos em nossas mãos um grande poder: o do amplo foco de intervenção. Precisamos olhar para como uma pessoa organiza seu tempo, como ela está atualmente participando de ocupações. Assim, aumentamos nosso escopo de intervenção e podemos, inclusive, atuar junto aos fatores de influência (barreiras ou facilitadores) da participação ocupacional. Temos fortes evidências de que abordagens nos contextos são eficazes.
Quando entendemos que temos diversos fatores de risco para a participação, entendemos que nossa prática deve se concentrar na prevenção e diminuição de riscos e na facilitação dos processos, garantindo que o desempenho e, principalmente, a participação ocupacional seja alcançada. Da maneira como as pessoas desejarem.
Utilizar formas de medir os resultados da participação torna possível a capacidade de avaliação dos efeitos da intervenção sobre a participação. Capriche no raciocínio clínico para que isso torne parte da sua prática profissional.
Nossos terapeutas ocupacionais porque facilitamos a participação nas ocupações cotidianas. Estamos na vida dos nossos pacientes e clientes para transformar suas vidas, capacitando-os a fazer e ser. Somos parte desse processo e não podemos nos esquecer disso e, principalmente, da importância dessa nossa missão. Focar no básico como a relação entre a pessoa, sua família, seu ambiente são os tijolos de base para que, com a parceria colaborativa estabelecida, possamos melhorar a saúde e a participação enquanto terapeutas ocupacionais.
Reflexões a partir do estudo: Law, M. (2002). Participation in the occupations of everyday life, 2002 Distinguished Scholar Lecture. American Journal of Occupational Therapy, 56, 640–64
-
Descobri desde nova o que queria ser - terapeuta ocupacional. Através dessa ciência e profissão me realizo. Fui atrás de muita capacitação: mestrado, certificações, pós-graduações e cursos. Junto ao amor à profissão, quero alcançar o máximo de pessoas possíveis com as ferramentas que tenho. Hoje administro a clínica Interagir em Curitiba, local onde uno esse grande quebra-cabeças.
Comentários (0)
- Seja o primeiro a comentar!