Nem tudo é caso para a Integração Sensorial!
Já passou por essa situação? Chega um caso, você já está formada na Integração Sensorial de Ayres ou em processo de capacitação. Você recebe um encaminhamento para avaliação e tenta, de todas as formas, encaixar as queixas funcionais e o seu olhar na abordagem em que você está se tornando apta. Se identificou?
Eis que vem o universo e te faz “travar” no caso, seja no processo de avaliação, em que parece que as peças não se encaixam, ou até mesmo na intervenção, em que parece que o tratamento não vai pra frente mesmo você tendo certeza de que está seguindo todos os princípios da teoria.
Te garanto que é a minoria dos casos em que o erro está no engajamento do terapeuta no processo de intervenção. Muitas vezes está sim no raciocínio clínico. E diria que sim, em uma esmagadora parcela dos casos, o terapeuta está com dificuldades de atrelar a prática pensando de maneira generalista, ou seja, como terapeuta ocupacional mesmo. E não como um terapeuta ocupacional que possui a formação/certificação na Integração Sensorial de Ayres®.
A literatura está aí para nos provar de todos os benefícios da intervenção atrelada à medida de fidelidade. Temos vários estudos comprovando a mudança gerada na vida dos pacientes que foram submetidos a tratamentos dentro da abordagem. Temos um embasamento científico rico que nos impulsiona a levantar a bandeira da ISA e provar por A+B que sim, temos, além de indicação terapêutica, evidência científica de peso. Porém, nem sempre sua condução ou a intervenção estão surtindo os efeitos desejados.
Com o acompanhamento de vários casos, seja no formato das supervisões direta que realizo na minha clínica, ou nas supervisões com profissionais externos e com os alunos do meu curso no raciocínio clínico em ISA®, cada vez me vejo na situação de orientar o básico - mas o básico que funciona e que sim, o profissional precisa de um empurrão e um profissional olhando de fora para lapidar a condução do caso.
Não estou aqui, de maneira alguma, subestimando a potência da ISA®. Estou aqui, como terapeuta ocupacional, sinalizando a necessidade urgente de olharmos para o paciente e a família que chegam em nossas mãos com um olhar menos reducionista. Convido você a ampliar seu olhar para a equipe terapêutica, para o contexto e, de uma vez por todas, entender que a solução está no olhar e na sua condução e não na abordagem escolhida.
Muitas vezes precisaremos nos debruçar sobre orientações para o contexto, fazer um trabalho extremamente próximo das famílias, indicar terapias complementares, discutir casos com a equipe, sugerir estratégias compensatórias, quebrar a cabeça para compreender o porquê que alguns direcionamentos não estão funcionando. Às vezes o que falta é um manejo de comportamento dentro da sessão, uma capacitação do terapeuta em relação aos comportamentos inadequados. Pode ser também que falte algum recurso de comunicação mais efetivo. Pode ser que você precise falar menos, dar menos dicas, ou mais. Pode ser que você precise indicar o caso. Pode ser muita coisa! E a solução? Não é a ISA, é você.
Me conta se já passou ou está passando por algum caso parecido por aí..
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Descobri desde nova o que queria ser - terapeuta ocupacional. Através dessa ciência e profissão me realizo. Fui atrás de muita capacitação: mestrado, certificações, pós-graduações e cursos. Junto ao amor à profissão, quero alcançar o máximo de pessoas possíveis com as ferramentas que tenho. Hoje administro a clínica Interagir em Curitiba, local onde uno esse grande quebra-cabeças.
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