Precisamos falar sobre a privação ocupacional
O que significa privação ocupacional? Em essência é um estado em que uma pessoa é incapaz de fazer o que é necessário ou significativo em sua vida devido a restrições, internas ou externas. Exemplos giram em torno de pessoas desempregadas, refugiados, minorias, pessoas que vivem em área de conflito, e pessoas com deficiências.
E para então pensar na privação ocupacional, precisamos entender quais são as características de uma participação significativa em ocupações, que é entendida como o tomar, compartilhar, envolver-se em uma atividade, estado de partilha em comum com os outros, ato ou estado de receber ou ter parte de algo. Entendemos que é um conceito que engloba o envolvimento ou o compartilhamento em situações da vida, sejam elas formais ou informais. E, quando pensamos no oposto dessa situação, os estudos e também nossa prática profissional nos levam a olhar para o impacto em termos de saúde, satisfação, prazer e bem estar.
Para entender melhor sobre a perspectiva de participação ocupacional e privação ocupacional, precisamos entender quais são os fatores de influência, que podem ser tanto barreiras como facilitadores. São eles: o ambiente, a família e fatores pessoais.
Em relação ao ambiente, ao longo de nossa vida, nós aprendemos padrões de comportamento que são esperados em determinados ambientes por meio da socialização e então, nossas experiências em várias oportunidades e configurações sociais são essenciais para o desenvolvimento de padrões de participação e interações com outras pessoas encontradas nas rotinas da vida diária. Levanta-se o ambiente social, as atitudes sociais, a disponibilidade de suporte social como facilitadores ou barreiras de participação. A família também tem um impacto significativa, independente da idade em que estamos atuando. Questões como status socioeconômico da família também determina a participação. Famílias com pessoas com deficiência experienciam demandas em suas rotinas, levando a mudanças no padrão da participação. Logo, as famílias que apresentam bom funcionamento e expectativas e suporte positivo, ajudam a reduzir a limitação da participação de pessoas com deficiência. Não são somente as habilidades da pessoa influência para a participação. Idade também é um fator importante, principalmente no que diz respeito ao lazer. A preferência pela participação também é um fator influente, senso de controle, e competência também. Habilidades interpessoais, comunicação, resolução de problemas, tomada de decisão são fatores determinantes.
Percebemos então que a participação é uma questão complexa, com muitos fatores influenciando as ocupações que uma pessoa se engaja todos os dias. Seja para o lado positivo, ou seja, os facilitadores, como também para o negativo, que significa a privação ocupacional.
Reflexões a partir do estudo: Law, M. (2002). Participation in the occupations of everyday life, 2002 Distinguished Scholar Lecture. American Journal of Occupational Therapy, 56, 640–64
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Descobri desde nova o que queria ser - terapeuta ocupacional. Através dessa ciência e profissão me realizo. Fui atrás de muita capacitação: mestrado, certificações, pós-graduações e cursos. Junto ao amor à profissão, quero alcançar o máximo de pessoas possíveis com as ferramentas que tenho. Hoje administro a clínica Interagir em Curitiba, local onde uno esse grande quebra-cabeças.
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